12.1.06
O chef lacaniano
Ele é elegante, seu jaleco é Armani e é cor de vinho, nada de branco convencional. Tem um garfo tatuado nas costas da mao esquerda e uma faca na mao direita. Tem um piercing com um saleiro num mamilo e um pimenteiro no outro, com sal e pimenta dentro! Arremata os pratos na mesa, tempera um pouqinho com estes instrumentos pendentes. Ninguem decide nada, ele olha a cara do cliente e interpreta: "le fantôme voilá le symptôme, saint-pierre grillé para voce!", ou: "eu sou o que cozinho, eu cozinho o que eu sou!" declara enquanto confere a assinatura no cheque do cliente. Todos os pratos são caros, mesmo o café é caro. "todo mundo gosta de comida cara, quem sai quer gastar muito, para mostrar poder". No fundo do restaurante tem um armarinho, ele vai várias vezes durante a noite até lá, enfia a cabeça e sai cafungando. São colheradas e colheradas de sua perversao secreta: geleia de mocotó sabor abacaxi.